ANITA  MALFATTI
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 Anita Malfatti
 
 
 
 
Pintora paulista, Anita Catarina Malfatti foi uma das inspiradoras do movimento modernista brasileiro. Iniciou seus estudos na Alemanha, entre 1910 e 1914, frequentando a Academia Imperial de Belas-Artes de Berlim. Foi influenciada pelo expressionismo germânico e pelo cubismo francês.
 
De volta ao Brasil, em 1914, fez sua primeira exposição individual em São Paulo, sem sucesso; em seguida, viajou para os Estados Unidos, onde permeneceu até 1916.
 
Em 1917, sua segunda exposição marcou o início do movimento modernista. As obras que mostrou, entre elas "O Homem Amarelo", "A Estudante Russa", "A Mulher de Cabelos Verdes" e "O Japonês", chocaram o público e lhe renderam uma crítica violenta do escritor Monteiro Lobato, que escreveu o artigo "Paranóia ou Mistificação?", publicado no jornal O Estado de S. Paulo. Reuniram-se a favor da artista os modernistas Di Cavalcanti, Guilherme de Almeida e Mário de Andrade. Oswald de Andrade publicou em sua defesa um artigo no Jornal do Comércio.
 
Abalada pelas críticas, a artista retraiu-se. Mas, estimulada pelos modernistas, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, com a maior representação individual. Um ano depois, foi para Paris, onde permaneceu até 1928. Nesse período, sua pintura tornou-se intimista. De volta ao Brasil, participou da I Bienal de Artes de São Paulo, em 1951, como artista convidada, e teve 45 quadros expostos em uma sala especial da VII Bienal (1963).
 

 
 
 
 
Outras referências sobre a artista e sua obra
podem ser encontradas no site:
 
 
Página  "Arte Viva Brasil", Seção Especiais,
Malfatti, Anita, 1, 2 e 3
 
 

 

Paisagem

1924-26 (França, Pensionato Artístico)

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Veneza (Canaleto). 1924. óleo s/ tela (51,5x63)

 Col. Museu de Arte Brasileira da FAAP, SP

 
 

Apesar do recuo da atitude de vanguarda, Anita ainda era capaz de produzir grandes obras, sem abandonar a sua influência do humanismo expressionista, revelando a preocupação introspectiva e psicológica da artista.

 

La rentrée (interior). 1925-27. óleo s/ tela (88x115)

 Col. Pedro Tassinari Filho, SP

 
 
 

Paisagem

1940-49 (Brasil)

No final da sua carreira, Anita transforma radicalmente seu jeito de pintar. Ela declara querer abandonar as fórmulas internacionais, e pintar de forma cada vez mais simples. A temática também muda: a instrospecção, e os retratos de forte expressão psicológica são substituídos pela representação da “alma brasileira”.

Segundo a própria artista: “É verdade que eu já não pinto o que pintava há trinta anos. Hoje faço pura e simplesmente arte popular brasileira. É preciso não confundir: arte popular com folclore (...)  eu pinto aspectos da vida brasileira, aspectos da vida do povo. Procuro retratar os seus costumes, os seus usos, o seu ambiente. Procuro transportá-los vivos para as minhas telas. Interpretar a alma popular (…) eu não pinto nem folclore, nem faço primitivismo. Faço arte popular brasileira”

 
 
 

As duas Igrejas (Itanhaém). 1940. óleo s/ tela (53,8x66)

Col. Particular, SP

 
 
 

Cambuquira. 1945. óleo s/ tela (50x61,1)

 Col. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP

 

Anita procurava transmitir a “ternura brasileira” que não encontrava na arte da época. Para transmitir essa mensagem, achou que a sua técnica antiga era “muito violenta, inacessível à massa” – assim, procurava uma técnica simples, acessível a todos. Procurou cada vez mais esquecer escolas, teorias. Chegaria a declarar, em 1957, que estava “tentando pintar apenas a vida, sem quaisquer preocupações artísticas”, concluindo mesmo: “Se conseguir fazer isso, estarei satisfeita”.

 
 

Itanhaém. 1948-49. óleo s/ tela (72x92)

Col. Manuel Alceu Affonso Ferreira, SP

 

 
 

Samba. 1943-45. óleo s/ tela (39,9x49,3)

Col. Gabriel de Castro Oliveira, SP

 
 
 
 
Créditos
 
Fontes:
 
 
 
Fundo Musical:
Magnífico
Ernesto Nazareth, *1863   +1934
 
 
 
 
Produção:
Mario Capelluto
 
Pesquisa, edição de texto, formatação:
Ida Aranha
 
 
 
 

 Fevereiro, 2012