GNF, CNF
Clóvis Cavalcanti

 

Ah! Friburgo!

GNF! CNF!

O mês de novembro,

com sol, calor

e a saudade que crescia

nas vésperas do fim do ano.

Mas havia maio

com a neblina persistente

e um frio que arrepiava

a espinha.

E junho,

com a fogueira e a batata assada,

a quadrilha

e o frio das montanhas.

Ah! Friburgo!

GNF! CNF!

Só entende essa saudade gostosa

quem viveu lá

e experimentou na carinhosa

década de 50,

um convívio de amizade,

de um colégio interno

que era amado.

"Nas montanhas de Friburgo,

jovens lutamos para vencer"

- dizia o hino do CNF.

E completava:

"Nosso lema é a virtude,

é a saúde, é o saber."

Foi a época de James Dean,

dos boleros dançados no Clube dos 50

e nas festinhas do Científico.

A banda "Papoula" não tinhas guitarras elétricas,

mas tinha bongô,

piano

e um som muito animado.

Éramos adolescentes

de cabelo cortado

e penteado para trás.

Namorávamos as meninas da cidade,

que moravam distante.

Era preciso descer uma ladeirona

para sair das montanhas onde vivíamos

até o vale lá em baixo.

Ladeira difícil,

mas com cheiros de eucaliptos

e pinheiros,

o Castelinho

e uma paisagem venerada.

Ah! Friburgo!

GNF! CNF!

Tantas marcas, tantas recordações.

Tantas tardes, tantos dias, tantas manhãs.

Éramos felizes

- e o sabíamos.

Volta