Lançamento do livro de Joaquim Trotta
Reúne ex-alunos do Colégio Nova Friburgo

Jornal "A Voz da Serra" - Nova Friburgo 25/03/2000
Recorte enviado por Hugo Moreira hmoreira@netflash.com.br

O veterano professor Joaquim Trotta, um dos fundadores do Ginásio/Colégio Nova Friburgo, esteve reunido com seus amigos, ex-alunos e admiradores para o lançamento do quarto volume da série ‘Educação e Correlação’, uma edição especial da Revista Delfos. A noite de autógrafos foi sábado, 25, na Livraria Simões, e fez parte das comemorações do cinqüentenário do colégio. A série começou a ser publicada em dezembro de 1977, abordando a ‘Experiência comunitária no Colégio Nova Friburgo’. Nesse volume, Trotta relata os primeiros anos do colégio, confirmando seu pioneirismo como berço do movimento de albergues da juventude no Brasil, a partir de uma excursão à Europa, em 1952, levando 32 estudantes. O quarto volume, publicado no ano passado, está sendo lançado agora numa edição especial da Revista Delfos, da Associação de Diplomados da Faculdade de Educação da Uerj, da qual o professor Joaquim Trotta é um dos conselheiros. Segundo o ex-aluno Nilton Baptista, presente na noite de autógrafos, os alunos sempre se sentiam “irremediavelmente” atraídos pela aventura de acompanhar o professor. “Estávamos interessados no desenvolvimento intelectual, mas principalmente no lado humano, ecológico e espiritual. Ele inventava meios de viajar, não importando que recursos tivesse o viajante. Aliás, esse é o espírito do alberguismo”, lembra. “Aleguchi”, um grito de guerra que ecoa até hoje Neste último trabalho, o professor Trotta aborda as experiências comunitárias e a criação dos albergues no Brasil. “Quando tivemos contato com os albergues da juventude, na Europa, ficamos bem impres- sionados e sentimos que o jovem europeu podia e devia conhecer outros países. Mas, principalmente, o que nós queríamos era trazer essa experiência para cá, com o objetivo de ajudar os jovens brasileiros a conhecer seu país”, explica Trotta. O primeiro albergue da juventude brasileiro foi fundado em 1964, no subúrbio da Leopoldina. Os primeiros albergados foram alunos bolsistas da Escola Técnica, vindos do Amazonas. “Logo após o golpe militar, a situação era muito ruim para os estudantes, que encontravam todas as portas fechadas. Nesse momento, nós tivemos a coragem de abrir a nossa casa e eles se tornaram residentes. Fizemos, então, contato com outras instituições de fora do Brasil e passamos a receber os primeiros alberguistas estrangeiros”, declara. “Em pleno regime militar, fazíamos eleições todos os anos para eleger uma diretoria, com tesoureiro e tudo”, lembra. Depois de criado o primeiro albergue, o professor Trotta passou a idéia à Casa do Estudante, que foi reaberta por Paschoal Carlos Magno. Mais tarde, lecionando em Friburgo, Trotta e a esposa, a professora Yone, montaram o Albergue da Juventude Muxarabi. Surgiu, então, a necessidade de fundar uma associação, que levou o nome de Associação Fluminense de Albergues da Juventude. “O espírito do CNF, mais uma vez, permeou todo o desenvolvimento desse trabalho, nas pessoas do Vianna e de vários velhos companheiros que participaram da organização, fundação, das discussões de estatuto e tudo o mais, Eu acredito que qualquer colega do CNF faria o que nós fizemos, teria o mesmo espírito de luta”, diz. Para festejar o evento, os ex-alunos cantaram o hino do colégio e entoaram seu grito de guerra: “Aleguchi”!

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