Gases Tóxicos Provenientes de Motores Veiculares

O que são esses gases tóxicos?

São poluentes atmosféricos que produzem efeitos adversos sobre a saúde.

A Agencia Americana de Proteção Ambiental (EPA – "Environmental Protection Agency") (EPA), no que diz respeito a gases tóxicos, tem concentrado sua atenção atualmente nos carcinogênicos , como são chamadas as substância que causam câncer. A EPA se preocupa também com efeitos não cancerígenos sobre a saúde, tais como problemas causados ao sistemas reprodutivo e neurológico.

Quão perigosos são esses gases tóxicos? É difícil dizer. Foi provado que alguns deles causam câncer em seres humanos. Entretanto, a maioria desses gases são testados através de experiências em laboratórios, nas quais as cobaias recebem doses muito altas da substância que está sendo examinada. As pessoas quase nunca aspiram doses assim tão elevadas. Mas a exposição a uma dosagem inferior pode também trazer riscos. Uma coisa é certa: Os veículos automotores estão integrados à nossa sociedade de modo tão profundo que virtualmente todos nós estamos expostos aos poluentes que eles emitem.

Gases Tóxicos e Combustíveis Veiculares:

Os motores veiculares emitem diversos poluentes que a EPA classificou como cancerígenos comprovados ou como prováveis cancerígenos .

O Benzeno, por exemplo é um cancerígeno comprovado, enquanto que substâncias como .o aldeído fórmico, o aldeído acético, o butadieno 1,3 e o material particulado do diesel são considerados como prováveis cancerígenos para o ser humano.

Estão sendo ainda realizados estudos para se determinar se há outras substâncias tóxicas emitidas por motores veiculares. Por exemplo, a EPA e a indústria americana estão atualmente investigando se aditivos da gasolina que contenham oxigênio, tais como o MTBE ("Methyl Tertiary Butyl Ether") causam algum efeito adverso à saúde. A EPA está trabalhando também com indústrias automotivas e com produtores de combustíveis para testar motores veiculares quanto à possível emissão da dioxina.

A EPA estima que as emissões de gases tóxicos pelos motores veiculares (automóveis, caminhões e ônibus) sejam responsáveis por nada menos do que metade de todos os casos de câncer atribuídos à poluição ambiental por gases atmosféricos.

Essa estimativa não provém dos casos conhecidos de câncer, mas sim de modelos que calculam o número máximo de ocorrências de câncer esperado em função dos níveis atuais de exposição aos poluentes atmosféricos emitidos por motores veiculares. Os modelos teóricos utilizados consideram os estudos disponíveis de saúde pública, dados referentes à qualidade do ar e outras informações acerca dos tipos de veículos em circulação e de seus combustíveis.

Veículos fora-de-estrada tais como tratores e veículos próprios para deslocamento sobre a neve também emitem gases tóxicos.

 

Como são Produzidos os Gases Tóxicos nos Motores Veiculares ?

Alguns desses compostos tóxicos fazem parte da gasolina e são liberados para a atmosfera quando esse combustível evapora ou junto com uma parcela da gasolina que passa pelo motor sem queimar.

O Benzeno, por exemplo, é um componente da gasolina. Os automóveis liberam pequenas quantidades de Benzeno junto com a parcela não queimada da gasolina que sai no seu escapamento, assim como através de parte da gasolina do tanque que se evapora.

Uma parcela significativa do Benzeno oriundo desses motores se origina ainda da combustão incompleta de compostos da gasolina tais como Tolueno e Xileno, que são quimicamente muito próximos do Benzeno. Assim como o Benzeno, esses compostos ocorrem naturalmente no petróleo e se concentram durante o processo de refino para obtenção de gasolina de alta octanagem.

Aldeído Fórmico, Aldeído Acético, material particulado do diesel e butadieno 1,3 não são produtos originalmente encontrados no combustível. Eles são sub-produtos da chamada combustão incompleta (algo que ocorre naturalmente em todos os motores de combustão interna– N.T.). O aldeído fórmico e o aldeído acético são formados também por um processo secundário quando outros poluentes lançados pelos motores sofrem reações químicas já na atmosfera.

Como Reduzir a Emissão de Gases Tóxicos dos Motores:A emissão de poluentes depende em grande parte do próprio combustível. Consequentemente, os programas que visam ao controle da emissão de gases tóxicos se baseiam na modificação da composição dos combustíveis, assim como na melhoria da tecnologia aplicada aos veículos e ao seu desempenho. Um dos primeiros programas bem sucedidos foi o da eliminação do chumbo na gasolina. A eliminação do chumbo começou nos EUA em meados de 1970, data em que se programou o seu banimento definitivo para janeiro de 1996. Ao se retirar o chumbo, elemento de altíssima toxidez, da gasolina, eliminou-se essa importante fonte de poluição atmosférica. Dentre as medidas mais recentes para controlar a poluição nos EUA, merece destaque a limitação imposta ao grau de volatilidade da gasolina.A volatilidade é uma medida de quão facilmente um líquido é capaz de se evaporar. Como já foi dito acima, alguns dos poluentes da gasolina, como o Benzeno, se difundem no ar à medida que a gasolina evapora. Limites na volatilidade tem sido impostos já há algum tempo, como forma de se restringir a emissão tanto de hidrocarbonetos quanto de outros gases tóxicos (os gases tóxicos são na maioria hidrocarbonetos, e portanto qualquer programa de redução de hidrocarbonetos estará reduzindo a emissão de gases tóxicos).


Reformulação da gasolina:


A lei "Clean Air Act" de 1990 impõe a distribuição de uma gasolina reformulada nas cidades americanas mais poluídas, desde 1995. Ela estipula uma meta a ser cumprida até 1999, que é a redução de pelo menos 15 % na quantidade de tóxicos liberados pela gasolina, em relação aos níveis de 1990.

A partir de 2000 a redução passa a ser de pelo menos 20 %. Essas metas serão atingidas essencialmente pela redução da volatilidade da gasolina e por menores teores de Benzeno na mesma.


Limitação do Enxofre no Diesel:

A regulamentação a respeito do teor de enxofre teve lugar em 1993. Hoje em dia os combustíveis com baixo teor de enxofre são importantes para reduzir a poluição por particulados e por outros gases tóxicos provenientes de veículos com motores diesel.


Normas e Procedimentos de Teste Mais Rigorosos

Até hoje não há ainda normas específicas que regulamentem diretamente a emissão de gases tóxicos por motores veiculares. Entretanto, a lei de 1990 ("Clean Air Act") estabeleceu os padrões admissíveis para emissão de hidrocarbonetos e de material particulado, ambos associados aos gases tóxicos. À medida que os fabricantes de veículos desenvolvam novas tecnologias para atender a esses padrões (por exemplo, conversores catalíticos mais eficazes) a descarga de gases tóxicos será necessariamente reduzida. Ainda sob a égide da citada lei, os requisitos quanto à realização de testes de emissão de monóxido de carbono a baixas temperaturas, terão um efeito indireto, porém marcante, na redução de poluentes nos instantes críticos logo após a partida dos motores.


Controle sobre o Usuário Final

Sob a perspectiva da poluição, é mais importante controlar os veículos em circulação do que o que os padrões aplicáveis aos veículos novos. O "Clean Air Act" estabelece diversos programas para garantir que esses controles sejam eficazes no seu uso corrente, incluindo regras de inspeção periódica dos escapamentos e sistemas computadorizados de diagnóstico que alertem os motoristas e os mecânicos quanto a defeitos nos sistemas anti-poluentes dos veículos.

Em suma, graças às muitas modificações introduzidas nos veículos e nos seus combustíveis ao longo dos últimos 25 anos, reduziu-se em muito a emissão de poluentes gasosos. Os novos veículos são hoje em dia capazes de emitir 90 % menos gases tóxicos por quilômetro rodado do que os modelos de 1970. Os novos ônibus e caminhões são atualmente projetados para produzir menos da metade dos gases venenosos do que emitiam em 1970 os seus equivalentes.

A emissão global de gases tóxicos tende a decrescer nos próximos anos à medida em que os veículos mais antigos forem sendo retirados da frota circulante e programas paralelos de restrição à emissão de poluentes sejam implementados.

Por outro lado, o número de veículos em circulação tende e a aumentar, e o numero global de quilômetros rodados também. Sem programas adicionais de controle, o crescimento da frota irá suplantar o efeito de redução de poluentes por veículo, o que segundo as estimativas poderia ocorrer já no início do século 21.

 

 

O Que Mais Pode Ser Feito?

A lei americana de 1990 atribui ao EPA a missão específica de regulamentar a emissão de gases tóxicos por parte dos motores veiculares, por meio de normas e padrões para combustíveis e veículos.

Restrições mais rigorosas quanto à emissão de material particulado e de hidrocarbonetos pelos escapamentos devem reduzir ainda um pouco mais a emissão de gases poluentes. Na Califórnia, por exemplo, a lei estabelece limites mais apertados para hidrocarbonetos do que a União, para os veículos vendidos naquele estado. Outros estados americanos poderão optar por seguir os padrões da Califórnia, o que acarretaria benefícios à qualidade do ar.

A expansão dos atuais programas e da regulamentação (tal como o uso geral da gasolina reformulada, ou a introdução de requisitos mais abrangentes com relação às inspeções) poderiam também ajudar a reduzir os poluentes do ar. Padrões específicos quanto aos limites de emissão de um ou mais compostos adicionais por parte dos motores veiculares seriam outra opção viável.

Pode-se modificar a gasolina e o óleo diesel, reduzindo por exemplo o enxofre, o benzeno e outros compostos aromáticos, como outra forma de se reduzir a emissão de gases tóxicos.

A substituição por combustíveis alternativos – não provenientes do petróleo – que são mais limpos do que a gasolina e o diesel seria um outro tipo de estratégia para a redução de gases tóxicos no ar. Entre as escolhas possíveis temos os álcoois, o gás natural, o propano e a eletricidade.

Todos são inerentemente mais limpos do que a gasolina e do que o diesel convencionais, por não conterem substâncias tóxicas como o benzeno. Além disso, tendo composição mais simples, liberam níveis mais baixos de substâncias complexas tais como o butadieno 1,3 durante a combustão.

Para informações adicionais:


O Centro de Fontes Móveis de Emissão, ( "Office of Mobile Sources" ) é o órgão federal dos EUA na questão da pesquisa e política de poluição atmosférica proveniente de veículos motorizados convencionais e fora-de-estrada.

EPA National Vehicle and Fuel Emissions Laboratory, 2565

Plymouth Road, Ann Arbor, MI 48105.

Phone number (734) 214-4333.

Colaboração de LUIZ DIOGO DE VASCONCELOS

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